Memórias 2 - Young Riders ou...

Jovens Cowboys!



Outra das séries que seguia religiosamente ao fim-de-semana, há uns anos atrás e que dava pela hora de almoço!

Retratava um género de filme de faroeste, mas em série de TV e depois... eles eram todos giros de morrer!! Enfim, era um gozo bestial assistir!

Agora já lá vão uns anos, mas continuam com piada... o Josh Brolin entrou recentemente no premiado filme "Este País não é para Velhos", dos irmãos Coen, era o
Llewelyn Moss!

Memórias 1 - DANGER BAY!

Alguém se lembra disto!?

Era a história de uma família que se dedicava à preservação da natureza, nomeadamente salvamento das espécies e claro...depois metiam-se sempre em confusões!! Dava ao fim-de-semana à hora de almoço e eu vibrava com a série! Revi no YouTube e adorei, decidi partilhar com vocês!

A música do genérico fez-me recuar umas decadas, pelo menos 2...ehehehe

TALL SHIPS RACES - LISBOA, Julho 2006

Tenho participado em vários eventos, como voluntária!

Ao nível monetário, não se ganha grande coisa é verdade! Antes pelo contrário, nalguns casos, somos até explorados! Mas aquilo que se ganha, em tudo resto, compensa bem pelo trabalho que se tem e pelo que não se ganha... (e pelas muitas vezes em que achamos que deveríamos ganhar :P)

Já me chamaram de "estarola", mas eu não importei nada, se se soubessem como me divirto... ;)

Quem me conhece bem, sabe como gosto de participar nestas coisas e na euforia em que ando, nos dias em que antecedem e em que dura o evento, e na nostalgia que fica após o evento...

Um dos eventos, em que participei, o TALL SHIPS RACES 2006 valeu por tudo e distingui-se em muito, em relação a outros eventos em que estive!

Numa semana de verão, em que se trabalhou sempre perto da água (Trabalho!? É que ás vezes mais pareciam férias, com tantas festas...), andou-se de barco, conheceu-se gente de todo o lado (conheço quem tenha iniciado aí uma bela amizade, que mais tarde deu em namoro!)...

Fomos Oficiais de Ligação (o que quer dizer que éramos a "ligação" dos navios com terra, ou melhor, com a cidade e a organização do evento e de tudo o que precisassem, de ambas).

Vieram navios de todo o mundo, e de todo o tamanho! Nunca saímos do Cais Conde Rocha de Óbidos, em Alcântara, mas eu digo-vos que viajei por países como: Suécia, Holanda, Turquia, Uruguai, França, Russia, Itália, e etc, etc, etc...

Fiquei com a responsabilidade de 2 navios, Suécia - Falken e Holanda - Urânia, com 44 e 17 tripulantes, respectivamente! Fui incrivelmente bem "recebida" nos navios e eles de mim, disseram o mesmo!

Fiz amigos e trocámos prendas! Tenho a certeza que recebi muito mais do que aquilo que dei, dos navios disseram-me que não era bem assim e que eles é que tinham ficado a ganhar...

No navio da Suécia, disseram os comandantes que tinha ficados impressionados com o meu profissionalismo, sendo eu voluntária...:))))) imaginem os suecos a dizerem-me isso... dá para rir!

E eles estão aí de novo, em Portugal, mas desta vez em Aveiro!

Aqui fica um pequeno excerto, em imagens, do que foi evento! Há muito muito mais, e o que falta fica para quem lá esteve, para quem viveu e para quem até hoje tem esses dias na memória, como eu!



Nostalgia...

P.S. Na formação do evento disseram-me que a partida dos navios, não se esquece nunca e que é emocionante, não acreditei...mas no dia da partida lá estava eu a ver os "meus" 2 navios a partirem, com todos os outros, de coração apertado e voz embargada!
O Falken, passou por Portugal 4 meses depois! A tripulação convidou-me para os ir visitar à Base do Alfeite e fui! Continuo a dizer, obrigada pelo que recebi!

Um must!

Tem dias, que estou como a música!

:) às vezes estou assim e apetece estar assim! Hoje estive e que bem que me soube! E que boa que é música!




Epá! A voz faz-me lembrar o David Bowie :))!

P.S. Midnight Juggernauts - Into the Galaxy, descubram-nos que vale a pena!

Amanhã...farias 77 anos!

Avô, já vai tanto tempo...e tenho tantas saudades tuas...
Amanhã farias 77 anos, que é também a idade da avó!

E por falar em avó, sabes que ela nos pregou um grande susto?! Teve um AVC, e andámos todos às aranhas...mas foi leve (esteve internada quase uma semana no Hospital São Francisco Xavier, mesmo assim, para observação) e está a recuperar muito bem :) o que é óptimo! Está quase boa!

Sabes, andou a sentir-se mal...e não quis preocupar ninguém e então não disse nada...mas com a tensão tão alta como tinha e tão tonta que estava, que acabou por ficar internada!

Mas adiante, saíu uma semana antes do dia do aniversário e no dia 22 de Fevereiro, lá fomos (a família toda) comemorar o dia! Fomos jantar a uma casa de pasto, perto da nossa casa. E tu irias adorar (mesmo o teu género!).

Ah! A "nossa casa" de que te falo, já não é em S. Miguel das Encostas...essa vendemos, depois passámos para uma outra também muito gira, também ali na zona e 6 anos passados, voltamos a mudar para onde estamos agora.
Fica perto da Parede!
Perguntas porque saímos da nossa casa, em S. Miguel!? UI! Isso agora dava para outra história, mas resumidamente os pais separaram-se, ou melhor divorciaram-se e passado 4 anos saímos de S. Miguel...

Foi bom...casa nova, projecto novo, nova decoração... ehehe sabes como a minha mãe adora decorar e investir na casa! Vamos mudando, mas as nossas casas vão sendo sempre muito acolhedoras e boas de lá se estar. Muito fashion!

Não percebes, porque se separaram eles? Pois é! Dava-se tão bem, não era!?...Mas depois e até momento muita coisa mudou e provavelmente também irias achar tudo muito estranho, tal como nós achámos...foram alguns anos complicados, logo após!
Mas a vida continuou e estamos vivos e estamos bem!

Olha... havias de ficar orgulhoso de mim e da Sofia, eu sou Assistente Social numa Instituição de Crianças e Jovens em Risco (são religiosas que tomam conta daquilo), e adoro o que faço; e a Sofia abriu um negócio, um cabeleireiro! Muito giro!

Eehehe pois é! Tens razão! Tinha de ser a minha irmã ligada a alguma coisa do género!! Como sempre foi tão vaidosa!!
Lembraste das cenas dela, em miúda, no cabeleireiro!? A chorar baba e ranho, sempre que lhe cortavam o cabelo! Eehehe e agora lá está ela...

Está muito no iníco, o negócio dela...mas acho que vai longe e ela é uma miúda dedicada!

O quê?! Ligada aos animais? Profissionalmente? Não, nenhuma de nós...a Sofia ainda tirou uns cursos ligados a veterinária...lembraste da história dos cágados, na mochila dela!? A minha mãe, chegou a contar-te? :)))
E eu não conseguiria, nomeadamente veterinária... e as outras áreas em que se pode trabalhar com animais, em Portugal não dá nada (e eu que já tive, tanto tempo desempregada!!).

Eu? Sim! Tive, sim! Dois anos no total! Podes crer, muito tempo! Andei mal... :(
Sim, tens razão agora não interessa nada! Já passou!

Mas continuamos ligados aos animais, sempre! Adoramos bichos! Temos um zoo em casa... :) Lembraste do Charlie? Pois era...era o máximo, aquele cão! Depois desse, tivemos muitos outros...neste momento, temos 4 cães e 3 gatos! E uma caturra! Cágados e tartarugas é que já não temos!

Ah! Tenho a certeza! Ias gostar mesmo! Também chegámos a participar em Provas de Agility com os cães (são provas de obstáculos para e com cães!), haverias de gostar!
A Pia, participou muitos anos com o Runa, um dos cães dela! E a Sofia também chegou a participar com o cão dela, o Faruk!

Então olha,... a Pia tem o Runa e a Quira (são dois Pastores Belgas pretos), nós lá em casa, também temos um pastor belga, mas castanho, que é o da Sofia, o Miró (Pastor de Shetland) que é da mãe e o Gaspar (Golden Retriever) e a Matilde (rafeira), que são meus!

Achas graça!? Eehehe...Ah! Pois a avó no meio daquilo tudo..., lá vai refilando...ehehe!
Sim! Continua refilona :) é um traço de personalidade!!

Vivemos na mesma rua que a Pia, ela mais acima e nós mais abaixo! É Educadora de Infância na escola de sempre...sim, na Nova Apostólica! E tem muito jeito!
Ela? Está boa!
Está com Jorge, o namorado de sempre! Sim, são felizes! Mas, daquele lado não tens mais netos...

A avó é que ainda vive na mesma casa! E lá tem o seu grupo de amigas, passeia muito com a D. Ester, por ali no Bairro.
Sim, a D. Ester, vizinha do lado! Pois... o marido, Sr. Martins? O Sr. Martins foi alguns anos depois de ti, agora elas fazem companhia à outra. Mas agora, a avó tem estado mais sossegada, por causa do que passou!

Quanto ao país...nem vale pena falar-te dele...muito desemprego, faltas de apoio social e médico cada vez mais (muitos centros e unidades hospitalares que fecham...enfim!) e tudo descontente com a vida que se leva...não sei, de que partido és...porque era muito pequena na altura, para agora me lembrar dessas coisas...e as nossas conversas passavam por outros assuntos...

Mas agora é o Partido Socialista, que está no governo... e o Cavaco Silva é que é o Presidente da República!

E o futebol... também não me lembro...mas o Porto é quem vai à frente nesta época e será ele a ganhar o campeonato. O Benfica está depois e o Sporting a seguir!

Sabes!? Agora todos os anos, por altura do Natal, sou eu que faço as filhozes...aquelas de Unhais que também gostavas! São boas, não são!? Divinas!

Pois bem, agora sou eu que as amasso e depois que as frito, juntamente com avó! Conversamos muito, sobre tudo...sobre ti e sobre os tempos em Unhais! Ainda nos rimos muito! E tu havias de adorar as filhozes feitas por mim... é que ouvi dizer, que também tinhas mão para aquilo!

Se temos ido a Unhais? Claro! Agora mais ainda!! A casa foi restaurada, à traça antiga!! Ficou linda! A minha mãe, foi a força da natureza a pôr aquilo de pé!

Aliás a minha mãe é uma força da natureza! Pois é, é muito forte!
Se ela está bem? Está! Somos todas muito amigas e andamos sempre juntas!
Sim, continua a pintar! Quer dizer, vai pintando, agora tem tido menos tempo para o fazer, mas quando o faz, faz bem! Como tu sabes, aliás!

Unhais-o-Velho? É lindo, é! Lembram-se muito de ti por lá, é que deixaste uma saudade em tanta gente, avô!

E tenho tantas memórias contigo...mas começo a esquecer-me da tua voz...o que me deixa triste... Porque o som da tua voz, quando estavas no gozo comigo, fazia-me rir e deixava-me bem disposta!

Lembraste do que me dizias? Perguntavas-me:
"Sabes uma coisa!?"

E eu respondia:
"Não!"
(sabendo eu sempre, muito bem do que se tratava!)

E tu dizias:
"Gosto mais de ti, do que arroz!"
(É que adorava ouvir-te dizer isto!!!)

Lembro-me de me deitar perto de ti, enquanto tentavas dormir a tua sesta, e por isso mesmo não conseguires :) porque eu não estava quieta ou eras tu que não paravas de me fazer rir!

Lembro-me que tinha ideia que conhecias toda a gente e meio mundo...e de o referir aos meus colegas na escola: "O meu avô conhece toda a gente!", e nesse sentido quando fui apanhada a "gamar" pastilhas num supermercado, disse logo que o meu avô, era o Avô Nelo, com esperança que te conhecessem e por isso me desculpassem! :)

Ah! Não sabias desta!? Pois, mas foi verdade...que vergonha, tinha quase 12 anos!

Lembro-me de uma vez, em Unhais, quando era pequenina, nos tentares (a mim, à Sofia e aos primos) pôr a dormir...assim, pela "hipnose" e foste saíndo de fininho para o café, enquanto nós de olhos fechados no andar de cima, esperavamos por alguma coisa da tua parte...é que estavas farto dos putos, que não te largavam e querias ir à tua vida!

Lembro-me da batotice que fazias a jogar ao quer que fosse, connosco! Era uma vergonha..., e nós nunca ganhávamos!

Já faz 18 anos que não te vejo e havia muito mais para te contar... ás vezes tenho a nítida sensação, embora nunca a tenha contado a ninguém, que estás ali por perto! Tão perto, que eu acho que se procurasse bem, quase que te via!

Vão achar que somos loucos! Mas tu sabes que não somos, e eu também sei... :))

Mas acho que falo muitas vezes contigo, em pensamento ou em sonhos, embora nunca tenha referido isso a ninguém...esta é a primeira vez que o verbalizo e que falamos em "público"!

Foi tão bom, este bocadinho!
Sei que nos continuaremos a "ver" ou a "conversar", por aí! Também sei, que se o fazes, que não será só comigo, mas com o resto da malta...mas que estão todos tão ocupados nas suas vidas, que talvez nem se apercebam da tua presença...! A vida leva-nos numa velocidade vertiginosa...:)!

Um beijo, avô, e... sabes que mais? Gosto mais de ti do que arroz!

Carta do grande Chefe Indío Norte-Americano - Chefe Seattle

CHEFE SEATTLE



Em 1854, "O Grande Chefe Branco" em Washington fez uma oferta por uma grande área de território indígena e em troca, prometeu uma "reserva" para os índios.

A cidade de Seattle recebeu o nome do Chefe Indío, da tribo a quem se destinava a proposta, cujo discurso foi a resposta à oferta do então, presidente americano - Franklin Pierce - tentando persuadir os indígenas a venderem dois milhões de hectares por 150,000.00 mil dólares americanos.

A resposta do Chefe Seattle (da Tribo Suquamish), aqui reproduzida na íntegra, tem sido considerada uma das declarações mais belas e profundas já feitas sobre o meio-ambiente...

Muito actual e muito, muito consciente...quem diria!? Já lá vão mais de 150 anos!!!

É linda! E vale a pena ler!

"O grande chefe de Washington mandou dizer que desejava comprar a nossa terra, o grande chefe assegurou-nos também de sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não precisa de nossa amizade.

Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O grande chefe de Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano.

Minhas palavras são como as estrelas que nunca empalidecem.

Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia nos é estranha. Se não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água, como então podes comprá-los? Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo, cada folha reluzente de pinheiro, cada praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do homem vermelho.

O homem branco esquece a sua terra natal, quando - depois de morto - vai vagar por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta formosa terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia - são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sumos da campina, o calor que emana do corpo de um mustang, e o homem - todos pertencem à mesma família.

Portanto, quando o grande chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, ele exige muito de nós. O grande chefe manda dizer que irá reservar para nós um lugar em que possamos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, vamos considerar a tua oferta de comprar nossa terra. Mas não vai ser fácil, porque esta terra é para nós sagrada.

Esta água brilhante que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas sim o sangue de nossos ancestrais. Se te vendermos a terra, terás de te lembrar que ela é sagrada e terás de ensinar a teus filhos que é sagrada e que cada reflexo espectral na água límpida dos lagos conta os eventos e as recordações da vida de meu povo. O rumorejar d'água é a voz do pai de meu pai. Os rios são nossos irmãos, eles apagam nossa sede. Os rios transportam nossas canoas e alimentam nossos filhos. Se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar e ensinar a teus filhos que os rios são irmãos nossos e teus, e terás de dispensar aos rios a afabilidade que darias a um irmão.

Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um lote de terra é igual a outro, porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o que necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga, e depois de a conquistar, ele vai embora, deixa para trás os túmulos de seus antepassados, e nem se importa. Arrebata a terra das mãos de seus filhos e não se importa. Ficam esquecidos a sepultura de seu pai e o direito de seus filhos à herança. Ele trata sua mãe - a terra - e seu irmão - o céu - como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas como ovelha ou miçanga cintilante. Sua voracidade arruinará a terra, deixando para trás apenas um deserto.

Não sei. Nossos modos diferem dos teus. A vista de tuas cidades causa tormento aos olhos do homem vermelho. Mas talvez isto seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que de nada entende.

Não há sequer um lugar calmo nas cidades do homem branco. Não há lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o tinir das assa de um inseto. Mas talvez assim seja por ser eu um selvagem que nada compreende; o barulho parece apenas insultar os ouvidos. E que vida é aquela se um homem não pode ouvir a voz solitária do curiango ou, de noite, a conversa dos sapos em volta de um brejo? Sou um homem vermelho e nada compreendo. O índio prefere o suave sussurro do vento a sobrevoar a superfície de uma lagoa e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva do meio-dia, ou recendendo a pinheiro.

O ar é precioso para o homem vermelho, porque todas as criaturas respiram em comum - os animais, as árvores, o homem.

O homem branco parece não perceber o ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensível ao ar fétido. Mas se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar reparte seu espírito com toda a vida que ele sustenta. O vento que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida, também recebe o seu último suspiro. E se te vendermos nossa terra, deverás mantê-la reservada, feita santuário, como um lugar em que o próprio homem branco possa ir saborear o vento, adoçado com a fragrância das flores campestres.

Assim pois, vamos considerar tua oferta para comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, farei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.

Sou um selvagem e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de bisões apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do que o bisão que (nós - os índios) matamos apenas para o sustento de nossa vida.

O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais, logo acontece ao homem. Tudo está relacionado entre si.

Deves ensinar a teus filhos que o chão debaixo de seus pés são as cinzas de nossos antepassados; para que tenham respeito ao país, conta a teus filhos que a riqueza da terra são as vidas da parentela nossa. Ensina a teus filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa mãe. Tudo quanto fere a terra - fere os filhos da terra. Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios.

De uma coisa sabemos. A terra não pertence ao homem: é o homem que pertence à terra, disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará.

Os nossos filhos viram seus pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio, envenenando seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias - eles não são muitos. Mais algumas horas, mesmos uns invernos, e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nesta terra ou que têm vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará, para chorar sobre os túmulos de um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.

Nem o homem branco, cujo Deus com ele passeia e conversa como amigo para amigo, pode ser isento do destino comum. Poderíamos ser irmãos, apesar de tudo. Vamos ver, de uma coisa sabemos que o homem branco venha, talvez, um dia descobrir: nosso Deus é o mesmo Deus. Talvez julgues, agora, que o podes possuir do mesmo jeito como desejas possuir nossa terra; mas não podes. Ele é Deus da humanidade inteira e é igual sua piedade para com o homem vermelho e o homem branco. Esta terra é querida por ele, e causar dano à terra é cumular de desprezo o seu criador. Os brancos também vão acabar; talvez mais cedo do que todas as outras raças. Continuas poluindo a tua cama e hás de morrer uma noite, sufocado em teus próprios desejos.

Porém, ao perecerem, vocês brilharão com fulgor, abrasados, pela força de Deus que os trouxe a este país e, por algum desígnio especial, lhes deu o domínio sobre esta terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é para nós um mistério, pois não podemos imaginar como será, quando todos os bisões forem massacrados, os cavalos bravios domados, as brenhas das florestas carregadas de odor de muita gente e a vista das velhas colinas empanada por fios que falam. Onde ficará o emaranhado da mata? Terá acabado. Onde estará a águia? Irá acabar. Restará dar adeus à andorinha e à caça; será o fim da vida e o começo da luta para sobreviver.

Compreenderíamos, talvez, se conhecêssemos com que sonha o homem branco, se soubéssemos quais as esperanças que transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais as visões do futuro que oferece às suas mentes para que possam formar desejos para o dia de amanhã. Somos, porém, selvagens. Os sonhos do homem branco são para nós ocultos, e por serem ocultos, temos de escolher nosso próprio caminho. Se consentirmos, será para garantir as reservas que nos prometestes. Lá, talvez, possamos viver o nossos últimos dias conforme desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará vivendo nestas floresta e praias, porque nós a amamos como ama um recém-nascido o bater do coração de sua mãe.

Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Preteje-a como nós a protegíamos. Nunca esqueças de como era esta terra quando dela tomaste posse: E com toda a tua força o teu poder e todo o teu coração - conserva-a para teus filhos e ama-a como Deus nos ama a todos. De uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus, esta terra é por ele amada. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."

Música Nova II - Shout Out Load "Tonight I Have to Leave It""

Obrigada Optimus, por mais uma excelente música que dás a conhecer!

Depois dos Mew, dos The Veills, agora é a vez dos Shout Out Load...

Gostei do som! Estou a ficar viciada ;) ehehehe

Música Nova I - Hot Chips "Ready for the Floor"

Grande música! Grande som!

Ai!!! Que só me apetece dançar :)

Death Cab For Duties - "Soul meets body"

Não tenho "espaço" para escrever muito mais, por ora!

Fica aqui a minha homenagem a esta banda e a minha manifesta vontade em que a Primavera chegue depressa...bem depressa!

Venha ela!